terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

A injustiça que se faz a um é uma ameaça que se faz a todos


      Brasil, um país onde quem denuncia um esquema de corrupção pega uma pena maior do que aquele que foi tido como o chefe do esquema. Enquanto Zé Dirceu e demais petistas condenados no julgamento do mensalão já estão se beneficiando das benevolências do regime aberto e Genoino pode até mesmo ter o restante de sua pena extinta, Roberto Jefferson completa hoje um ano de prisão.
      
       Embora possa ter se deixado mover mais pelo desejo de vingança do que de justiça não podemos negar que ele tenha prestado um grande serviço à nação ao denunciar a existência do mensalão. Sem o seu testemunho a punição aos corruptos não passaria de uma miragem. Qual de nós iria supor que o PT, partido que empunhou a bandeira do combate à corrupção desde criancinha seria capaz de montar o que chamávamos até então, de o maior esquema de corrupção já visto na história desse país?
      
      Jefferson revelou o lado obscuro de um partido que nasceu, cresceu e chegou ao poder combatendo práticas de corrupção, ao ser condenado jamais se fez de vítima e nem tão pouco usou seu estado de saúde como escudo. Mas mesmo havendo meios legais de compensá-lo pelo bem inegável que fez ao Brasil, nossa justiça preferiu condená-lo e impor uma pena superior a daquele que foi considerado por ela como o chefe do esquema. Sua condenação e a recusa em conceder-lhe prisão domiciliar devido sua saúde debilitada passa o seguinte recado: no Brasil o crime compensa e denunciá-lo não vale a pena.

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