Brasil, um país onde quem denuncia um
esquema de corrupção pega uma pena maior do que aquele que foi tido como o
chefe do esquema. Enquanto Zé Dirceu e demais petistas condenados no julgamento
do mensalão já estão se beneficiando das benevolências do regime aberto e
Genoino pode até mesmo ter o restante de sua pena extinta, Roberto Jefferson
completa hoje um ano de prisão.
Embora possa ter se deixado mover mais
pelo desejo de vingança do que de justiça não podemos negar que ele tenha
prestado um grande serviço à nação ao denunciar a existência do mensalão. Sem o
seu testemunho a punição aos corruptos não passaria de uma miragem. Qual de nós
iria supor que o PT, partido que empunhou a bandeira do combate à corrupção
desde criancinha seria capaz de montar o que chamávamos até então, de o maior esquema
de corrupção já visto na história desse país?
Jefferson revelou o lado obscuro de um
partido que nasceu, cresceu e chegou ao poder combatendo práticas de corrupção,
ao ser condenado jamais se fez de vítima e nem tão pouco usou seu estado de
saúde como escudo. Mas mesmo havendo meios legais de compensá-lo pelo bem
inegável que fez ao Brasil, nossa justiça preferiu condená-lo e impor uma pena
superior a daquele que foi considerado por ela como o chefe do esquema. Sua
condenação e a recusa em conceder-lhe prisão domiciliar devido sua saúde
debilitada passa o seguinte recado: no Brasil o crime compensa e denunciá-lo
não vale a pena.
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